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nov 11, 2022 editorial Destaques, Opinião 0
Oscar Pettezzoni*
A indústria de pagamentos processa centenas de milhares de transações por segundo no Brasil. Metodologias de análise de dados aplicadas a massa de informações gerada pela base de dados possibilitam modelar — com alta confiabilidade — hábitos de consumo e perfis de gastos, subsídios que podem ajudar consideravelmente determinadas cadeias de valor a vender melhor e mais assertivamente.
E para o segmento de turismo não é diferente. Ao adotar uma estratégia de inteligência de dados para toda a cadeia — como agências de viagem, companhias aéreas, redes de hotéis, locadoras de automóveis, e agências governamentais — as empresas podem aprimorar ainda mais a experiência de viagem de seus clientes.
Indicações para a pré-viagem – onde ir, o que fazer, que tipo de experiência ter – com base em dados de viagens anteriores; após a compra das passagens, benefícios especialmente direcionados para a jornada desse cliente até o embarque podem ser muito úteis ao consumidor. Já na chegada ao destino, ofertas locais de acordo com o perfil em relação a restaurantes, museus, passeios, shows e outras atrações com descontos, ou com caráter apenas informativo sobre alguma loja, serviço ou evento naquela cidade, cashback na fatura do cartão são oferecidas, de forma que o cliente se sinta especial nessa experiência. E na experiência o pós-viagem, sugestões de destinos e programas alinhados às preferências do viajante fecham a jornada desse viajante e a experiência que ele terá com a empresa com quem se relaciona.
A análise desses dados também fornece elementos que podem ajudar as agências governamentais de turismo a organizar grandes eventos com mais eficiência. Vale a pena mencionar alguns dados da Visa para ilustrar o impacto de dois eventos importantes no Brasil nos últimos anos: a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016.
Durante a primeira fase da Copa, por exemplo, as transações de visitantes estrangeiros com cartões Visa atingiram US$ 188 milhões, um aumento de 152% em relação ao mesmo período do ano anterior. Já os Jogos Olímpicos atraíram ao Rio de Janeiro o triplo de turistas estrangeiros em relação a um ano normal, que gastaram 28% a mais com cartões Visa durante os 17 dias do evento.
A análise do comportamento dos usuários de cartões Visa nos Jogos Olímpicos revelou também que os visitantes estrangeiros optaram principalmente por refeições rápidas e baratas. Outro dado interessante apontou que 42% desses turistas visitaram outra cidade brasileira, como São Paulo, Niterói, Belo Horizonte e Salvador.
Com um vasto agregado de dados como esses à disposição é possível mensurar quanto um evento gera de valor intrínseco para toda a cadeia do turismo e identificar o impacto do evento para setores de alimentação, transporte e hotelaria. Esse conjunto de informações é fundamental para planejar e perenizar ações ou para atrair novos eventos a uma determinada cidade ou região.
A análise de dados se mostra uma aliada a esses negócios e uma ferramenta cada vez mais relevante para orientar e visar aumentar a rentabilidade dos investimentos da cadeia do turismo, sempre buscando melhorar a experiência do viajante a cada lugar desbravado por ele.
*Oscar Pettezzoni, diretor executivo da Visa Consulting & Analytics (VCA) no Brasil
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