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ago 19, 2021 editorial Destaques, Notícias 0
Destinos ainda aguardam os turistas (Foto Panorama do Turismo)
O turismo brasileiro ainda possui um longo caminho pela frente até sua recuperação geral. Feita por especialistas, a exemplo de Alexandre Sampaio, presidente da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação-FBHA, essa afirmação traduz o período turbulento enfrentado pelo setor por conta da pandemia desencadeada pela Covid-19.
“O cenário atual é de um cancelamento em massa de viagens planejadas antes da chegada do coronavírus ao país. Apesar de a vacinação estar avançando, o surgimento de novas variantes tem dificultado o retorno dos turistas. Como consequência, adquirimos uma redução expressiva das nossas receitas. Estamos sofrendo com os déficits dentro do segmento há um ano e meio”, lamenta Sampaio.
De acordo com levantamento realizado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo-CNC, as atividades turísticas já somam prejuízo de R$ 395,6 bilhões de março do ano passado até junho desse ano. Além disso, o trade apresenta ociosidade elevada, operando com cerca de 57% da sua capacidade mensal de geração de receitas.
Segundo Sampaio, também é diretor da CNC e coordenador do Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade-Cetur da entidade, a situação só poderá ser revertida com a gradual liberação da circulação dos turistas do Brasil e, também, do exterior.
Ele ainda destaca áreas específicas impactadas de uma forma mais ampla, como é o caso das viagens corporativas, com queda de 39,6% no primeiro semestre, ainda sob impacto da pandemia. A informação, divulgada pela Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas-Abracorp, evidencia a situação delicada do setor.
“A avaliação da Abracorp constatou que totalizamos R$ 1,427 bilhão em comparação aos R$ 2,364 bilhões de janeiro a junho de 2020. Quando cotejamos com o ano retrasado, os números são ainda mais críticos: tivemos uma queda de 74,3%, pois, na época, as vendas somavam R$ 5,570 bilhões”, indica.
Para Sampaio, o Brasil busca a recuperação de forma gradual, levando em consideração que algumas regiões buscam movimentar a recepção de turistas e a realização de eventos. Contudo, para o especialista, ainda é necessário investir na ampla imunização da população para o retorno do setor ser concreto.
“É possível que a gente comece a desenvolver uma retomada no final de 2022, beirando 2023. Contudo, isso depende do controle da infecção viral. Estamos cientes de que é um processo moroso e que exige muitos cuidados. Por isso, estamos trabalhando arduamente para que esse processo seja feito de forma segura e sem gargalos”, complementa o presidente da FBHA.
Ainda de acordo com a pesquisa da CNC, em junho deste ano, os serviços turísticos operaram 22,8% abaixo do nível de fevereiro de 2020. Além disso, São Paulo e Rio de Janeiro são os estados que apresentam mais da metade do prejuízo acumulado, chegando a R$ 161,3 bilhões e R$ 47,9 bilhões, respectivamente.
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