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dez 22, 2017 panor1br Opinião 0
Paulo Rezende*
As festas de fim de ano de 2017 fazem jus ao nome e chegam com mais cara de festa para a indústria das viagens. Depois do difícil 2016 para a maioria, verificamos neste ano uma recuperação importante do setor, que geralmente já bate o desempenho geral da economia brasileira. Para 2018, com uma previsão maior para o PIB, podemos sonhar com voos mais altos no trade.
Um sintoma dessa tendência é o aumento da oferta de voos. Neste ano, diversas companhias aéreas retomaram rotas que tinham sido extintas no auge da crise e criaram novas, por conta própria ou parceria com demais empresas. O viajante final é quem ganha, e quando ele se interessa em viajar os integrantes do trade também vencem.
Uma das coisas que aprendemos em 2017 é que o império dos dados é imparável. As empresas estão se convencendo rapidamente de que apenas o uso de inteligência baseada em tecnologia e BIG DATA pode oferecer um salto de qualidade real para os negócios no atual cenário, em que tantos concorrentes brigam com diferentes estratégias, mas muitas vezes pelo mesmo espaço. Com essa inteligência, soubemos que Lisboa teve um aumento de procura de quase 100% em 2017 por parte dos brasileiros. Procura não significa vendas efetivas, mas é um indicador claro do aumento de interesse pelo destino.
Com os dados aos quais temos acesso como processadores de viagens, descobrimos, por exemplo, que Brasília e Campo Grande se beneficiaram mais da melhora do ambiente econômico nas buscas domésticas, com um crescimento na casa dos 70% em comparação com o ano passado, traduzidos em melhoras de dois dígitos nas reservas efetivas. Já o Rio de Janeiro, imerso em uma crise fiscal importante, ficou na rabeira das grandes cidades, com 45% de aumento das pesquisas por voos e apenas 1,2% em reservas. Um desperdício.
Da mesma forma, observamos que Panamá e Colômbia tiveram relevante aumento no número de voos a partir do Brasil. Hoje, com uma boa ferramenta estatística e as pessoas certas para analisar tais dados, só comete erros importantes de estratégia quem quer.
A indústria das viagens é uma das que mais se beneficia da quantidade quase infinita de informações circulando nas nuvens e oceanos da internet. Toda transação de uma viagem fica registrada em um banco de dados, sendo possível realizar infindáveis cruzamentos, para todos os paladares e missões. O mercado brasileiro demorou um pouco, mas está rapidamente se modernizando nesse sentido. Agências, companhias aéreas, hotéis e destinos perceberam a oportunidade. E também que a concorrência — interna e externa — já está se mexendo.
Certamente 2017 foi um ano de construção de pontes. Passado o susto da crise, 2018 se avizinha como período de consolidação de negócios. As empresas que atravessaram bem o período de turbulência agora estão mais robustas para dar um salto de qualidade e quantidade. Os potenciais são enormes para todo o trade brasileiro, a despeito de incertezas que permanecem aqui e ali.
É fundamental, para o crescimento geral da indústria no Brasil, que os players não se vejam como lobos solitários. Algumas parcerias já surgem como pioneiras, como os aeroportos que usam seu poderio econômico para ajudar na promoção de destinos que, no fim, poderão trazer mais passageiros e, consequentemente, maiores receitas com taxas de embarque e vendas nas lojas do terminal. Esse é um exemplo de muitas parcerias possíveis. É preciso ampliá-las.
A eterna inquietude é o que traz o crescimento e o progresso. Esse é o espírito que permeia a nossa indústria e que vai nos levar adiante em 2018.
* Paulo Rezende, diretor comercial da Amadeus Brasil
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